sábado, 3 de novembro de 2012

Primeiro emprego,cuidado!






As armadilhas do McDonald's

Atraídos pela chance do primeiro emprego, milhares de jovens brasileiros procuram a rede de restaurantes fast food McDonald´s para trabalhar. Eles buscam a oportunidade de iniciar a vida profissional e conquistar independência financeira. No entanto, pela pouca maturidade e falta de experiência, esses jovens se veem submetidos a condições irregulares de trabalho e têm usurpados seus direitos básicos.

Michelle Amaral
“O McDonald´s tem essa imagem do primeiro emprego, [na contratação] eles passam uma coisa totalmente diferente do que é”, afirma Tatiana, que ingressou na rede de fast food com 16 anos e lá viveu uma das piores experiências de sua vida, que lhe traz consequências até hoje.
Aos 18 anos, Tatiana escorregou no refrigerante que havia escorrido de uma lixeira quebrada, caiu e sofreu uma séria lesão no joelho. Com fortes dores, a jovem foi levada para o gerente da loja. “Ele falou: ‘passa um Gelol e põe uma faixinha que sara’”, relata. Era final de ano, o restaurante estava lotado e Tatiana foi orientada a continuar trabalhando até o final do expediente. Após dois dias, sem conseguir andar, Tatiana procurou o médico, que diagnosticou o rompimento da rótula de seu joelho direito e indicou a necessidade de uma cirurgia.

Segundo ela, ao procurar o McDonald´s para informar as consequências da queda, nada foi feito pela empresa que, inclusive, se negou a emitir um Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT). “Eu fui ao INSS e perguntei como podia fazer esse CAT. Me deram o papel e mandaram eu ir até o McDonald´s”, conta a jovem, que afirma ter sido orientada pelo gerente a não informar a data correta do acidente para que não resultasse em multa para a loja. Ela ainda denuncia que a gerência sabia do defeito na lixeira, mas não a consertou para evitar gastos, resultando em seu acidente.

De lá para cá, a trabalhadora viveu sob intenso tratamento médico e teve que procurar reabilitação profissional por meios próprios, já que não podia exercer as mesmas funções e o McDonald´s se recusou a adaptá-la em outra área da empresa. Ela se formou em Direito e realizou estágio em um escritório de advocacia. Com isso, após 11 anos do acidente, Tatiana conseguiu a carta que a declara ser pessoa portadora de deficiência física e dá o reconhecimento de sua reabilitação pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Hoje, aos 34 anos, Tatiana anda com o auxílio de uma muleta. Já passou por três cirurgias e necessita, ainda, realizar mais uma. No entanto, em março deste ano, ao tentar passar por uma consulta médica para agendar o procedimento, a trabalhadora foi informada do cancelamento de seu plano de saúde. O motivo foi a conclusão em janeiro da rescisão indireta do McDonald´s, solicitada pela trabalhadora em 2009. “O McDonald´s deveria ter comunicado ela [sobre o cancelamento da assistência médica], porque a lei diz isso, mas não comunicou, simplesmente cancelou”, protesta Patrícia Fratelli, advogada da trabalhadora.

De acordo com a Lei nº 9.656 de 1998, regulamentada pela Resolução Normativa nº 279 da Agência Nacional de Saúde (ANS), no caso de rescisão do vínculo empregatício é assegurado ao trabalhador “o direito de manter sua condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral”. “Eu tinha condição de pagar o meu convênio, o McDonald´s tinha que ter me dado essa opção, porque agora perdi a carência e nenhum convênio vai me aceitar”, desabafa Tatiana, que há quase 16 anos enfrenta uma batalha judicial contra o McDonald´s para ter seu dano reparado. 

Armadilha 
O caso de Tatiana não é isolado. Tramitam na Justiça do Trabalho na cidade de São Paulo e região metropolitana 1.790 ações contra o McDonald´s e a Arcos Dourados Comércio de Alimentos Ltda., franqueadora master da multinacional no Brasil e na América Latina. Somente na capital paulista são 1.133 demandas judiciais ativas por conta das irregularidades trabalhistas e o tratamento inadequado dado pela empresa aos seus funcionários, conforme levantamento feito junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região.

Entre as falhas cometidas pelo McDonald´s estão o pagamento de remunerações abaixo do salário mínimo, utilização de jornada de trabalho ilegal, falta de comunicação dos acidentes de trabalho, fornecimento de alimentação inadequada, não concessão de intervalo intrajornada, ausência de condições mínimas de conforto para os trabalhadores, prolongamento da jornada de trabalho além do permitido por lei, assédio moral e sexual. Além disso, existem denúncias de jovens que trabalharam sem serem remunerados (leia matéria, clique aqui).

No Brasil, o McDonald´s emprega hoje 48 mil funcionários, de acordo com informações publicadas em seu site. Destes, 67% têm menos de 21 anos e 89% tiveram na rede de fast food a primeira oportunidade de emprego formal. Questionado pela reportagem sobre os processos movidos contra ele, o McDonald´s disse que “não comenta processos sub judice”.

Para Rodrigo Rodrigues, advogado do Sindicato dos Empregados em Hospedagem e Gastronomia de São Paulo e Região (Sinthoresp), a oferta do primeiro emprego a esses jovens é pensada pelo McDonald´s a fim criar nesses trabalhadores o sentimento de submissão incondicional, em que o contratado acata tudo o que lhe é imposto, pela gratidão da oportunidade de trabalho. “A pessoa fica com receio de se indispor contra o tratamento que é dado na empresa. Isso é sutilmente pensado para que se chegue a essas finalidades”, alega.

A mesma avaliação é feita pelo procurador Rafael Dias Marques, coordenador nacional da Coordenadoria de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância) do Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo ele, a necessidade do primeiro emprego e a vontade de começar a vida profissional são vistas por alguns empregadores como uma possibilidade de fraudar direitos que são garantidos a esses trabalhadores por lei. “Muitas empresas preferem contratar os mais jovens para evitar problemas trabalhistas, para torná-los uma massa de manobra mais fácil para executar [o trabalho] sem direitos trabalhistas, sem qualquer questionamento ou um questionamento mais brando”, afirma.

O procurador explica, ainda, que a pouca maturidade torna a contratação desses jovens vantajosa para essas empresas. “São pessoas que, por ainda serem jovens, não tem o senso crítico do questionamento e de resistir a determinadas situações de lesões de direitos”, analisa.

Garantia de direitos 
O advogado do Sinthoresp lembra que o jovem tem que ser visto como um ser em transformação, que necessita de cuidados que lhe assegurem uma boa formação para a vida. “O trabalho é uma condição necessária, mas deve ser implementado aos poucos, não pode ser do jeito que está, coloca o jovem lá e vamos ver o que vai dar”, pondera Rodrigues. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) permite a contratação de adolescentes a partir de 14 anos, na condição de aprendiz, e de 16 anos para o trabalho normal. No entanto, o estatuto estabelece que a eles deve ser observado “o respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento”.

Desta forma, Marques ressalta que a atividade profissional não pode ser prejudicial ao desenvolvimento físico e social destes adolescentes e jovens, seguindo o que estabelece o Decreto nº 6.481/2008. “Eles são pessoas peculiares em desenvolvimento, em fase de formação, por isso que o trabalho nessa fase da vida tem que ser diferenciado”, analisa.

O procurador alerta que, se não observados os cuidados com esses jovens, o trabalho pode lhes causar danos irreversíveis para a vida adulta. “O risco de lesão à saúde por uma situação do trabalho é muito mais evidente nessa parte da população, porque ainda que está em formação biológica”, observa. Segundo ele, “uma doença do trabalho nessa fase da vida é mais suscetível a ter continuidade, inclusive de levar ao quadro da invalidez”.

Foi o que aconteceu com Tatiana. Com o acidente ocasionado por uma negligência da empresa, teve sua vida completamente mudada. “ Tive que parar a minha vida. Fiquei um tempo sem estudar. Queria fazer enfermagem e o médico falou que eu nunca poderia ser enfermeira, porque não podia ficar em pé”, conta.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Spider,contra as injustiças e as desigualdades!

O maior nome do MMA na atualidade é um sujeito calmo, tem voz serena (que lhe rende algumas piadas, mas ele jura que leva todas na esportiva), usa óculos no dia a dia e odeia - mas odeia mesmo - qualquer tipo de violência. Fora do octógono, é claro.

Dentro do ringue, Anderson Silva é Spider, o Aranha, um mito. Aos 37 anos, este paulistano de infância pobre sabe muito bem o quanto lhe custou ser o que é. Mas quer mais: sonha ser exemplo para crianças e jovens do Brasil. 

Silva cresceu em Curitiba, criado pelos tios, em uma família de policiais militares. Vem daí, ele mesmo diz, um pouco de seu amor pela ordem e o cumprimento de regras. E muito de sua indignação com "as coisas erradas que a gente vê por aí".

Depois de se aposentar? "Quero ser ator de filmes de ação". Com cinco filhos no cartel, além de nocautes arrasadores, só mesmo o cinema para dar vazão a um personagem cuja história tem todos os ingredientes de um blockbuster.

O Spider conversou com a coluna no hotel Emiliano, em SP, pouco antes de lançar a segunda edição de sua autobiografia (atualizada com o massacre imposto a Chael Sonnen, seu rival mais falastrão).

A seguir, os melhores momentos do bate-papo com o homem que é, nas palavras de seu ídolo, Bruce Lee, tão adaptável "como água".

Você tem um estilo favorito?
Anderson Silva - Olha, eu costumo dedicar a todos os tipos de luta o mesmo amor, a mesma dedicação. Treino boxe, jiu-jitsu, capoeira (que foi a modalidade em que eu comecei), tae-kwondo e muay thai (que é meu carro-chefe). Também gosto de judô, porque me dá paz e ajuda a me defender caso eu sofra alguma queda no octógono. Respeito todas as modalidades, inclusive as que eu não treino.

E como é o seu treinamento? Muito intenso?
Anderson Silva -  Em época de competição, o treino começa às 9h e vai até as 10h30. Aí tem outro, do meio-dia às 14h. E mais um às 18h. Depois, fisioterapia. Isso no começo, porque são quatro meses de preparação para um combate. Quando a competição se aproxima, muda um pouco. Com treinos específicos, treinos com sparring, academia, condicionamento físico.

E a alimentação?
Anderson Silva -  Em época de competição, a dieta é um pouco mais rígida - porque eu preciso baixar de peso. Geralmente, corto sal, corto açúcar, evito muito carboidrato. É um trabalho de equipe. O Miguel Vieira, meu nutricionista, vem fazendo um trabalho fantástico comigo, junto com a dra. Ângela Côrtes, minha fisioterapeuta, o dr. Rogério Camões, meu preparador físico, e o dr. Márcio Tannure, meu fisiologista. Tudo para que eu possa bater nos 84 quilos sem problema nenhum, sem perder massa, sem fadiga, sem lesões.

Você está com 37 anos...
Anderson Silva -  Mas com corpinho de 20.

Existe uma idade em que o lutador começa a mudar suas características no octógono?
Anderson Silva -  Ah, claro. Porque existe um negócio chamado responsabilidade. A partir do momento em que você passa a ter o que perder, também começa a ponderar mais. Quando eu comecei, tentava coisas incríveis nas lutas, na base do "se der certo, ótimo; se não der..." Isso fica mais difícil com a idade. Quando era mais garoto, cheguei a tirar golpes de programas de TV e cenas de cinema e levar para as minhas lutas. Arrisquei golpes de videogame, de Bruce Lee, de Sawamu. 

E eles deram certo?
Anderson Silva -  Graças a Deus, a maioria deu certo, sim. Hoje não faço mais isso. Claro que existe o talento, mas o mais importante é ponderar, ter responsabilidade. Com a idade, você vai percebendo que há algumas coisas que você não pode mais arriscar.

Você tinha noção de que o MMA se tornaria essa loucura de público e mídia?
Anderson Silva -  Não, não tinha mesmo. O que eu sabia, sempre acreditei, é que me tornaria tão bom quanto os meus mestres, os professores que me treinavam. Mas, quando eu comecei, não existia o MMA, ainda era o vale-tudo, né? Eu via o Vitor Belfort lutando no UFC, que é criação do Rorion Gracie, via também Royce Gracie, Pedro Rizzo, Marco Ruas, André Pederneiras... e nunca me imaginava lutando MMA. O que aconteceu? A evolução do esporte foi me levando. De repente, eu estava completamente envolvido. E sabe de uma coisa? Costumo brincar que sou melhor professor do que lutador - até porque passei a vida inteira sendo preparado para ser professor de artes marciais. Realmente não tinha nenhuma noção do que iria acontecer na minha vida.

Pode-se dizer que você era o cara certo na hora certa?
Anderson Silva -  Sem dúvida. Acho que Deus me deu o talento e a oportunidade, além de ter colocado no meu caminho as pessoas certas também, para que eu pudesse chegar onde cheguei.

Acredita em Deus? Como é a sua vida religiosa?
Anderson Silva -  Acredito, acho que a gente tem de ter fé. Deus é um ser maior, que nos provê as coisas boas, nos dá a oportunidade de estar aqui. Pra mim, é importante acreditar, sim. Digo, crer independentemente de religião, porque Deus está nas atitudes. 

E a vida familiar? Afinal, cinco filhos não é fácil, né?
Anderson Silva -  (risos) É uma loucura, supercorrido! Minha família se mudou para Los Angeles, minha mulher (Dayane) e meus dois filhos desse casamento (o Kalyl, de 13 anos, e a Kaory, de 16). Já o Gabriel (14), o João (10) e a Kauana (12) moram no Brasil. Deixa só eu explicar isso: eles são fruto de três relacionamentos que não deram certo durante os anos em que eu estive separado da minha mulher. Então, é muito louco, mas também é bastante frustrante, porque eu preciso ir pra lá, voltar pra cá, me desdobrar. Quando estava todo mundo aqui era mais fácil. Mas tudo tem um motivo para acontecer...

Por que o apelido de Spider?
Anderson Silva -  Sempre fui fã do Homem-Aranha, um herói mais humano, que sofre, tem de ralar. Mas o que aconteceu mesmo é que, antes de uma luta, no começo da carreira, eu estava usando uma camisa com o desenho do personagem. Quando me anunciaram, disseram "Anderson Silva, o Aranha do Brasil". Aí pegou.

Quem, até hoje, foi o seu adversário mais difícil?
Anderson Silva -  Todo adversário que eu enfrentei na vida estava bem treinado. Mas minha luta mais difícil foi a primeira no MMA, porque era tudo novo, havia aquela aura, né? Outra luta que me marcou muito foi a que me deu o primeiro título mundial, em 2001, contra o Hayato Sakurai, lá no Japão. Ele vinha vencendo todo mundo por nocaute, oito brasileiros na sequência. Eu era a zebra e era novo, não tinha experiência. O cara era superfamoso, tinha uma legião de fãs, havia participado de novela. O que me ajudou foi uma luta que eu fiz pouco antes, também no Japão, contra o Tetsuji Kato. Até então, eu não me via disputando título. Antes da luta com o Sakurai, quando subiu a bandeira japonesa e depois a brasileira, eu pensei: "Caramba, isso aqui é sério!" (risos). Ainda não havia caído a ficha.

Há uma história emblemática antes dessa luta...
Anderson Silva -  Pois é. Quando eu cheguei ao ginásio, fui informado de que havia um lugar pelo qual só os campeões podiam passar, um local sagrado. Um rapaz da organização me disse: "Olha, você não pode deixar as suas coisas aqui". 

Mas que provocação!
Anderson Silva -  Ah, o jogo psicológico faz parte. Mas meu treinador foi rápido também. Respondeu: "Não, Anderson, pode deixar as coisas, sim, porque é por aqui que você vai voltar!" E foi incrível, porque... enfim, a gente voltou mesmo por ali.

No primeiro combate contra o Yushin Okami, você foi desclassificado por aplicar um golpe ilegal. A vitória sobre ele, ano passado, teve um gosto especial?
Anderson Silva -  Isso é muito difícil de dizer... Só quem luta sabe como as coisas são dentro do octógono. Na primeira disputa, acho que fui vítima da inexperiência. E também houve uma falha por parte da organização do evento (Rumble on the Rock, no Havaí), que não fez uma reunião para explicar as regras, diferentes das que eu estava acostumado. Isso me atrapalhou um pouco. Fui punido pelo meu erro e achei corretíssimo. Já na segunda luta, creio que fiz um bom trabalho.

Como é se transformar em galã de TV? Vai pintar novela?
Anderson Silva -  Não, não... Galã? Não. Estou treinando. Acho que tudo é questão de se preparar. Um dos meus goals na vida é ser ator, fazer filmes de ação, estilo Missão: Impossível. Vou começar a ter aulas agora, inclusive. Mas, galã... acho meio complicado (risos). Estou bem representado pela 9ine, a gente tem feito um trabalho bacana, mas não chega a tanto. O objetivo é construir a minha imagem fora do octógono, o Anderson exemplo para as crianças, para os jovens. Essa é a missão mais importante. Não apenas colocar um lutador nas capas de revista.

E que projetos sociais você vem tocando atualmente?
Anderson Silva -  No Corinthians, que é o meu time do coração e que me apoia, a gente está fazendo um trabalho com as crianças carentes que moram na região em que fica o clube. É na academia que leva meu nome, aberta no ano passado lá na sede, em Itaquera. Já no Rio de Janeiro, os irmãos Nogueira (Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro), meus mestres, lideram um projeto bacana do qual eu também participo. Infelizmente, por causa dos meus compromissos, não estou tão presente. Mas, quando eu parar de lutar, quero acompanhar mais de perto.

E qual o momento para parar de lutar? Está próximo?
Anderson Silva -  Acho que dá para ficar mais uns 6 anos lutando. Gosto muito do que faço, a equipe que trabalha comigo faz um trabalho fantástico, nunca tive uma lesão grave que me afastasse das competições. Então, acho que tenho mais esse tempinho.

Quais os seus ídolos?
Anderson Silva -  O maior deles é o Bruce Lee. Sou aficionado. Gosto principalmente da filosofia dele. Mas também sou fã do Muhammad Ali e do Roy Jones Jr. São caras para os quais eu tiro meu chapéu, tiro minha faixa preta. Fora do ringue, eu diria Michael Jordan, Pelé e o Ronaldo. As pessoas acham que eu falo isso por causa do meu contrato com a 9ine, mas não é, não. Já era fã do Ronaldo muito antes.

Gostaria de ter enfrentado o Bruce Lee?
Anderson Silva -  Não... gostaria de tê-lo conhecido e ter tido aulas com ele. Mas não arriscaria uma luta com Bruce Lee, não. 

Você tem uma voz serena, faz o estilo zen. O que te tira do sério?
Anderson Silva -  Cara, é difícil me tirar do sério. Nem o namorado da minha filha consegue isso! (risos) E olha que já tirou sarro da minha voz. Ele é muito folgado, mas é um garoto fantástico. O que me tira do sério? A desigualdade, a covardia - e não estou falando do octógono, não. Acho que todos nós brasileiros ficamos indignados com tanta gente precisando de ajuda, de educação, de saúde. Fora a violência, né? Não há nada que justifique a violência que se vê por aí. Eu tenho cinco filhos e fico preocupado. Caramba, todo dia eu acordo e tento ser melhor do que no dia anterior, tento ser exemplo para eles. Aí a gente liga a televisão e só vê coisa errada, politicamente falando. As coisas estão mudando, sim, mas ainda falta muito. Isso me deixa triste, isso me tira do sério.

Fonte:Estadão.com.br

terça-feira, 17 de abril de 2012

Parabéns aos Lutadores do Povo!


   ACORDO HISTÓRICO NO SETOR MOVELEIRO,parabéns sintracon-sbc


O recente acordo que reduziu os preços dos móveis para os moradores dos conjuntos habitacionais, promovido pela Prefeitura de São Bernardo, com a assinatura do prefeito Luiz Marinho e de representantes da cadeia produtiva moveleira (indústria, lojistas e sindicatos de trabalhadores), é de fato histórico. Representa passo importante no esforço da revitalização da cadeia produtiva que, nas últimas décadas, esteve sob o risco do desaparecimento em nossa Região.
Guerra fiscal, falta de atualização de produtos, inadequação de processos produtivos e ausência de políticas públicas e privadas de apoio resultaram no deslocamento de inúmeras empresas do ABCD para outros municípios e estados. Em São Bernardo, entre 1998 e 2008, o número de estabelecimentos foi reduzido em 35%. No mesmo período, o número de empregados com carteira caiu de 2.342 para 1.790.
A realização e o sucesso de duas edições da Feira de Móveis na rua Jurubatuba em 2011, na parceria que envolveu a Prefeitura e os lojistas, foi o primeiro passo em uma sequencia de ações planejadas pelo Grupo de Trabalho (GT) do setor moveleiro de São Bernardo. O Senai e o Sebrae também fazem parte do GT.
O acordo, que tem validade por 12 meses, estabelece o seguinte.

a) Para os moradores dos conjuntos habitacionais construídos pela Prefeitura será concedido desconto de no mínimo 25% sobre o preço à vista de qualquer móvel que esteja sendo vendido nas lojas integrantes do acordo, e de no mínimo 15% sobre o preço a prazo.

b) Compromisso da cadeia moveleira (indústria e lojistas) de que, nas próximas inaugurações de apartamentos nos conjuntos habitacionais, a indústria local apresentará protótipo de apartamento decorado apenas com móveis produzidos pela indústria local. A intenção é demonstrar que os móveis produzidos em São Bernardo e Região estão aptos a mobiliar, com preços reduzidos e boa qualidade, não apenas as unidades habitacionais, mas os lares em geral.

c) No âmbito do GT, desenvolver políticas em torno de temas estratégicos para o incremento do investimento, modernização e competitividade do setor, tais como a requalificação da rua Jurubatuba; a melhoria dos níveis de escolarização e capacitação profissional dos trabalhadores do setor, bem como a melhoria das relações de trabalho no interior das empresas;  a participação dos representantes da cadeia moveleira na Associação Parque Tecnológico de São Bernardo, ora em constituição, e que possibilitará a montagem de empresas de design de móveis.

Há ainda outros pontos que merecem atenção. São os casos do apoio à formalização, capacitação e modernização do grande número de marceneiros independentes que temos no ABCD, e da formulação e execução de uma política de reciclagem de madeira.
Por tudo isto é que temos certeza que, com estas e outras ações planejadas para o setor moveleiro, a palavra “crise” está pouco a pouco dando lugar à outra que é a da “retomada” da produção, das vendas e do emprego.

*Jefferson José da Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo.

sábado, 14 de abril de 2012

Neymar,um trabalhador do futebol!



O cartunista Mauricio de Sousa divulgou neste sábado, em seu Twitter, a primeira imagem de Neymarzinho, que será personagem de revistas em quadrinho.
Mauricio de Sousa aproveitou as comemorações do centenário do Santos para mostrar o personagem que vai representar o atacante Neymar.
Na foto, ele aparece com a camisa do Santos ao lado de Magali, da Turma da Mônica, e que também veste uma camisa do clube alvinegro.
O cartunista já havia homenageado Neymar em Janeiro, quando ilustrou o gol do atacante contra o Flamengo, no dia 27 de julho, na derrota por 5 a 4, pelo Campeonato Brasileiro. O jogador foi premiado como autor do gol mais bonito na temporada 2011.
Além do jovem atleta santista, Mauricio de Sousa também homenageou outros jogadores no passado, como Pelé, Ronaldinho e Ronaldo.

Fonte:Folha de São Paulo

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Um dia histórico para os trabalhadores!


McDonald's faz acordo que estabelece jornada de trabalho e salários para mais de 50 mil trabalhadores da rede.

Empresa conclui negociação com sindicato de São Paulo, e deve estender parâmetros aos 50 mil empregados

Depois de pelo menos seis meses de negociação, o McDonald's assinou, no fim da tarde de ontem, um acordo coletivo de trabalho com o Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Bares, Lanchonetes e Restaurantes de São Paulo e Região (Sinthoresp), para alterar o regime de jornada de trabalho e de pagamento de seus funcionários.
Nos municípios da base territorial representada pelo Sinthoresp, os trabalhadores da Arcos Dourados, dona da McDonald's na América Latina, passarão a obedecer, durante a vigência do acordo - de um ano -, a uma jornada de trabalho com pagamento e horário definidos.

Pela jornada móvel e variável, aplicada até então pela empresa, os funcionários não tinham horário fixo, ficando à disposição do estabelecido mensalmente pelo McDonald's. Agora, para maiores de 18 anos, a jornada máxima passa a ser de 8 horas, com 44 horas semanais e, para menores de idade, máxima de 6 horas, com 36 horas semanais.

Os funcionários também não tinham salário fixo, já que a remuneração dependia do tempo trabalhado. Com o acordo, foi estabelecido piso de R$ 769,26 para 44 horas semanais e de R$ 629,40 para 36 horas. O McDonald's estima que o acordo beneficie cerca de 2 mil funcionários, nos 34 municípios em que o Sinthoresp está presente. A empresa tem cerca de 50 mil empregados no País.

A diretora de recursos humanos da Arcos Dourados, Ana Teresa Apolaro, disse que há intenção de avançar nos acordos com sindicatos e expandir a decisão a outras regiões. "Esse acordo marca a abertura da Arcos Dourados a parcerias, a diálogos." Segundo Ana Teresa, há um cronograma de negociações com outros sindicatos.

Para o presidente do Sinthoresp, Francisco Calasans Lacerda, uma das maiores vitórias do acordo é a criação de uma câmara de gestão de conflitos, pela qual os trabalhadores poderão pleitear mudanças e fazer denúncias. A câmara tem composição paritária, com dois integrantes designados pelo Sinthoresp e dois pela Arcos Dourados.

Na avaliação de Lacerda, é um sinal de boa fé da empresa. "Isso é muito importante, porque evita até mesmo processos na Justiça do Trabalho", disse Calasans.

O acordo assinado ontem, porém, não anula as ações já existentes na Justiça contra o McDonald's. "É preciso que, daqui para a frente, haja o interesse de manter o que foi ajustado", disse Lacerda.

Por meio de sua assessoria de comunicação, o McDonald's afirmou que não espera que a alteração provoque impacto econômico significativo na folha de salários, apesar da mudança que deve se refletir no restante do País.

POR:BEATRIZ BULLA - O Estado de S.Paulo