quarta-feira, 1 de junho de 2011

O sonho do humor tadela acabou....

Humor tadela um sonho que se foi...

Fonte:Estadao.com.br

Criado em 1995, o Humortadela. O site de humor  é um dos pioneiros na web brasileira. Foi trending topics no Twitter durante toda a última terça-feira, quando internautas ficaram lembrando experiências suas no site. O criador, Sergio Batista, de 50 anos, só havia twittado um “It´s over” (acabou) para explicar o motivo. Em entrevista a este blog, ele coloca tudo em pratos limpos: faltou dinheiro.
A crise, diz, vem desde o início: o estouro da bolha da internet, em 2000, reduziu o número de funcionários de 21 para três. Em 2008, uma invasão hacker deixou o site por três meses fora do ar e a audiência caiu. Daí veio uma dívida enorme no banco, “capaz de atravessar algumas gerações”. “Depois de perder muito dinheiro com esse negócio, resolvi fechar e tentar fazer alguma coisa mais lucrativa.”
Na entrevista abaixo, Batista conta que venderá a marca Humor Tadela para pagar funcionários, reclama da falta dinheiro para publicidade na internet, opina que a nova geração do humor na internet dificilmente irá sobreviver “por falta de receita”  e diz que é “pouco provável” que os arquivos de piadas do Humor Tadela voltem para a rede. Veja:

Por que o Humor Tadela foi fechado?
Motivo foi falta de audiência, patrocínio, preço caro da hospedagem…?
O nosso modelo de negócio, baseado exclusivamente em publicidade, é um modelo fracassado. Principalmente em se falando de sites de humor, que tem de enfrentar o preconceito dos anunciantes que não querem associar a sua marca a um conteúdo irreverente e satírico. Durante esses 15 anos que estivemos no ar, enfrentamos várias crises. Costumava dizer que nos tornamos uma empresa especializada em enfrentar crises que faz piadas nas horas de folga. Chegamos a ter 21 funcionários em 1999 e 3 no ano 2000, logo após o estouro da bolha. Nessa época, tivemos que fazer tantos malabarismos para sobreviver que chegamos a tirar do ar todos os conteúdos que tinham grande audiência, porque não conseguiamos pagar o custo de hospedagem.
Tentamos várias iniciativas paralelas, como a venda de conteúdo para celulares (que foi um sucesso inicialmente), publicação da revista Humor Tadela, a MegaLojinha, um site de e-commerce, conteúdo para jornais, etc… Mas essas ações só serviram para tapar buraco. Depois de 2008, quando tivemos uma invasão de hackers e chegamos a ficar 3 meses fora do ar, a queda de audiência somada à necessidade de renovação consumiu recursos financeiros que não tínhamos e acabamos contraíndo uma dívida impagável com os bancos. Quer dizer a dívida nós pagamos, o que não conseguimos pagar foram os juros.  Depois de perder muito dinheiro com esse negócio, resolvi fechar e tentar fazer alguma coisa mais lucrativa.

Como estava a audiência atual do Humor Tadela? Quando foi o pico de popularidade do site?
Ultimamente estávamos com 1 milhão de unique visitors por mês e 20 milhões de page views mensais. Muito distantes dos 4 milhões de unique visitors e 280 milhões de pahe views que chegamos a ter em 2006. Mas, infelizmente para o nosso desespero, o sucesso de audiência nunca se reverteu  em sucesso financeiro.

Como viu a repercussão quase um mês depois no Twitter do fechamento do site?
Acho que isso reflete bem a realidade que o negócio vivia nos últimos tempos. O Humor Tadela ”era” um site legal. Embora as pessoas tivessem uma boa lembrança do site, já não estavam habituadas a visitá-lo com frequência. Fico feliz de ter feito parte da infância e da adolescência de muitos jovens de hoje. O carinho do público sempre foi a mola propulsora de nosso negócio. E, se chegamos a ter o sucesso que tivemos, o mérito é todo dele que através do boca a boca divulgou o nosso trabalho para os quatro cantos desse mundo redondo. Frequentemente recebíamos emails de brasileiros do exterior que acessavam o Humor Tadela para “matar a saudade” do Brasil. Segundo o Alexa, o Humor Tadela ainda agora era o quinto site mais acessado em Angola. Também tinhamos um público gigantesco em Portugal e Moçambique.

O Humor Tadela é um dos precursores na internet: no que você acha que ele inovou? E qual legado ele deixa?
Acho que a inovação sempre foi o nosso forte. Fomos o primeiro site de cartões virtuais no Brasil, até onde eu sei fizemos também a primeira newsletter, o Boletim do Humor Tadela, que chegou a ter quase 3 milhões de cadastrados. Em 1999, lançamos a primeira coleção de figurinhas virtuais do mundo, satirizando o sucesso dos bonequinhos Amar é com Aturar é. Na época cheguei a receber a visita de um empreendedor americano que estava prestes a lançar algo do gênero nos Estados Unidos. Também fizemos uma série de jogos exclusivos: Jogo da Bundinha, Quem Sabe, Sobe!, Leilão, Cornograma e muitos outros. E por incrível que pareça, todos eles fizeram um enorme sucesso. O nosso chat com os bonequinhos excluivos também se tornou um dos mais conhecidos do Brasil. Recebia em média 20 a 30 mil visitantes por dia. Acho que um dos motivos de nosso sucesso é ter feito tudo isso de forma bem-humorada e divertida. Quanto ao maior legado que deixamos acho que foi a dívida mesmo – que possivelmente vai ser capaz de atravessar algumas gerações.

Como você vê a oferta de sites de humor hoje no Brasil?
Quais serão os herdeiros do Humor Tadela?
Acho que está cada vez mais difícil fazer humor. Parece que o povo tá perdendo paulatinamento o senso de humor. Outro dia recebi o email de uma advogada furiosa, dizendo-se indignada com as piadas de advogados que tinham no site. Dizia ela: “Embora às vezes eu achasse que vocês pegavam pesado, eu sempre adorei as piadas do Humor Tadela, mas esculachar com os advogados é o cúmulo do desrespeito com as instituições do país.” Depois dessa, cheguei à conclusão de que, na cabeça de grande parte das pessoas, fazer piadas é igual a fazer troca-troca, só é gostoso quando é a nossa vez de ficar por cima.
Eu nunca tive preconceitos em relação a fazer piadas de nenhuma minoria. Até por isso, um dos motes do Humor Tadela sempre foi falar mal de si mesmo. Queríamos com isso mostrar que, na nossa visão,  o humor sempre estava acima desses preconceitos. Mas me sentia encabulado ao fazer piadas com deficientes. Até que um dia, tive a oportunidade de ser DJ em uma festa de final de ano de crianças especiais. Ao conviver com eles aquelas poucas horas, percebi claramente que o maior sonho deles era ser tratado como uma pessoa normal. E concluí então que o meu sentimento de pena é que era preconceituoso. Afinal, pra que serve o nosso senso de humor se não pudermos utilizá-lo quando mais precisamos dele?
Admiro muito essa nova geração de talentos que está chegando para fazer humor na internet, mas a longo prazo acho que eles não vão sobreviver, a menos que consigam fontes alternativas de receita. E também tem as concorrências desleais que existem por aí, como o YouTube, para ficar num só exemplo. Nós gastamos dias para produzir uma animação e quando colocamos no ar, meia hora depois ela está no YouTube, e vai ter mais acesso lá, do que no seu próprio site. Você arca com os custos e o YouTube fica com a receita. Acho isso um modelo perverso que desincentiva a produção de novos conteúdos na internet.

Há alguma chance de o arquivo do site voltar ao ar, mesmo sem ser atualizado?
Acho pouco provável, mas não impossível.

Você tem algum novo projeto para a internet? Pode, por favor, adiantar?
Além de vender a marca e os domínios para pagar as dívidas e principalmente os salários atrasados, estou em busca de investidores para dois novos projetos: MondoPedia, a enciclopédia do pensamento e o Mooleky, um sistema totalmente inovador de monitoramento de sites, ambos de amplitude mundial. Também estou escrevendo um novo livro: Não Trabalhe, Divirta-se!, que trata basicamente de como conseguir se divertir fazendo aquilo que a maioria das pessoas detesta. Talvez um dia eu venha a escrever a história do Humor Tadela, uma tragi-comédia, cujo final todo mundo já conhece!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Celular pode causar câncer....

OMS classifica celular como possível causa de câncer cerebral

Fonte:terra.com.br

Saúde (OMS) e a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc) vincularam nesta terça-feira que o uso de celulares pode causar câncer cerebral em seres humanos. De forma conjunta, as organizações anunciaram em Lyon (sudeste da França) que os campos eletromagnéticos gerados pelas radiofrequências desse tipo de dispositivos são considerados "possivelmente cancerígenos para os humanos".
A OMS e a Iarc basearam a decisão dessa classificação nas evidências obtidas sobre o impacto desses campos eletromagnéticos na origem dos gliomas, um tipo maligno de câncer cerebral. Embora não tenham quantificado o risco, o grupo de trabalho OMS-Iarc referiu-se que o estudo, com dados de até 2004, detectou aumento de 40% no risco de gliomas entre os usuários mais frequentes de celulares, ou seja, os que utilizam em média 30 minutos por dia em um período de dez anos.
O estudo ressalta, no entanto, que as evidências do risco de glioma e de neurinoma acústico são "limitadas" para os usuários de celulares, o que significa que há uma "associação positiva" crível entre a exposição ao agente e o câncer, mas que não é possível excluir outros fatores no desenvolvimento deste.
O responsável pelo grupo de trabalho constituído pela OMS e a Iarc, Jonathan Samet, da University of Southern Califórnia, declarou que as provas reunidas até agora "são suficientemente sólidas (...) para a classificação do tipo '2B'". Esta categoria é uma das que a Iarc utiliza para identificar os fatores ambientais que podem aumentar o risco de câncer em seres humanos e entre os quais estão substâncias químicas, exposições trabalhistas e agentes físicos e biológicos, entre outros.
Desde 1971, a Iarc analisou mais de 900 agentes, dos quais 400 foram identificados como cancerígenos ou potencialmente cancerígenos para os seres humanos. O grupo "2B" inclui os agentes com "evidência limitada de carcinogênese em humanos" e o "2A" aqueles que são "provavelmente cancerígenos" para os humanos.
No primeiro grupo, o "1", a Iarc inclui os agentes com "evidências suficientes" que são cancerígenos para os seres humanos. A conclusão do grupo de trabalho em Lyon é que "poderia haver algum risco e que, portanto, temos de vigiar de perto o vínculo entre os celulares e o risco de câncer", acrescentou Samet.
Christopher Wild, diretor da Iarc, acrescentou que, "dadas às potenciais consequências destes resultados e desta classificação para a saúde pública, é importante que se investigue mais a longo prazo o uso intensivo de celulares".
"Faltando essa informação, é importante tomar medidas pragmáticas para reduzir a exposição a equipamentos como os fones de ouvido para celulares", acrescentou Wild.