terça-feira, 9 de agosto de 2011

A gente não quer só comida,a gente quer mais....

Lugar do Jovem é no Sindicato e na Política...

Escrito por: Paulo de Souza Bezerra, secretário de Juventude da CUT-PE

Data:08/08/2011-Fonte:Site da CUT

Uma reforma política para o Brasil tem que ter como sentido principal aprofundar a ideia de um estado democrático, socialista, com a ampliação da participação popular e com controle social. O sistema eleitoral brasileiro há muito tempo precisa de uma reforma, pois o atual sistema só beneficia o candidato. Precisamos de um sistema que valorize e atenda os interesses coletivos da sociedade. Uma das grandes contribuições que a CUT pode dar é provocar esse debate por todo o Brasil.

A juventude da CUT quer ser protagonista na construção de uma reforma política. Uma das ideias que a juventude tem acordo é o financiamento público das campanhas eleitorais que é necessário para barrar o poder econômico nas campanhas, combater a corrupção e os desvios de verbas públicas. O fim da limitação da idade mínima para disputar cargos públicos majoritários como (Presidente, vice-presidente, senador, governador e vice governador) é fundamental para garantir que a juventude possa gestionar e desenvolver o Brasil. O voto em Lista Fechada é outro ponto importante para a juventude, mas precisamos ter uma atenção na forma que essa construção dessa lista temos que ter a ideia de minimizar um problema histórico, que é a baixa presença de mulheres e jovens no parlamento. Pois o voto em lista tem que garantir alternância entre homens e mulheres nas listas dos partidos só assim podemos garantir o espaço para mulheres e jovens nas listas partidárias.

Outro ponto principal da reforma é o papel de fortalecer os partidos políticos,  pois a juventude brasileira como boa parte da população não acredita nos partidos, daí a reforma daria mais protagonismo, visibilidade, e rompendo  o modelo atual, que é pautado em pessoas e não em projetos partidários.

Temos que garantir a renovação dos quadros políticos e a valorização da juventude, que nunca foi uma preocupação das direções partidárias, nem da sociedade. O que vemos hoje na renovação da política é uma herança familiar, de pai para filho e netos. A renovação também não acontece muito no movimento sindical, mais a CUT deu o pontapé inicial quando em seu último congresso criou a Secretaria Nacional e estaduais de Juventude, provocando um debate de reflexão nos sindicatos filiados na necessidade de renovação das direções.

Com esses pontos podemos começar a provocar esse debate da construção do espaço que será ocupado pela juventude dentro da reforma política. Somos ousados e queremos garantir que a juventude tenha seu espaço, no desenvolvimento do Brasil. Continuaremos a enfrentar os desafio de propor e executar mudanças que melhorem as condições de vida da população do nosso país. Seremos ouvidos pelo diálogo ou pela pressão.

Parabéns aos seus 5 anos,lei Maria da Penha....


                                                                     5 anos de Lei Maria da Penha: 60 sentenças por dia

Cinco anos depois de sua aprovação, a Lei Maria da Penha já resultou em 300 mil processos e mais de 100 mil sentenças por agressão contra mulheres (60 por dia). No balanço do Ligue 180, serviço telefônico da Secretaria de Políticas para as Mulheres, foram quase 2 milhões de atendimentos, com 237 mil relatos de violência. Os dados indicam que 72% das vítimas foram agredidas pelos companheiros.
A reportagem é de Bruno Boghossian e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 06-08-2011.
A maior parte das mulheres que entraram em contato com o Ligue 180 é parda (46%), tem entre 20 e 40 anos (64%), cursou parte ou todo o ensino fundamental (46%) e convive com o agressor há mais de dez anos (40%). O porcentual de mulheres que declaram não depender financeiramente do agressor é de 59%. Os números mostram ainda que 65% dos filhos presenciam a violência e 20% sofrem violência ao lado da mãe.
A lei determina a garantia imediata de proteção policial e abrigo em local seguro a mulheres vítimas de violência doméstica. Um juiz deve ser informado sobre o caso em até 48 horas para determinar medidas de proteção permanentes. As penas aos agressores condenados não podem ser substituídas por multa ou pagamento de cestas básicas.

Delegacias
Em balanço da aplicação das medidas de proteção às vítimas, a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, reconheceu ontem que a falta de estrutura prejudica a aplicação. "O número de delegacias especializadas precisa crescer em quantidade, mas também é preciso melhorar a capacitação do atendimento à vítima de violência. Em muitos casos, a mulher é agredida em casa e depois é agredida verbalmente ou moralmente na delegacia."

O nome da lei é homenagem à farmacêutica cearense Maria da Penha Maia, de 63 anos, que escapou duas vezes de ser morta pelo marido, em 1983, mas ficou paraplégica. Questionada se tinha alguma frustração na batalha pela proteção das mulheres, Maria da Penha ressaltou que a violência "ainda existe". "Mesmo nas cidades grandes, com delegacias e juizados especiais, a lei não é cumprida, pois muitas mulheres têm medo de denunciar."