sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Valeu ! Ronaldoooooooooooooo....

O futebol sem Ronaldo


Por:Sávio Siqueira

Está no ar e no mundo a notícia da aposentadoria do craque Ronaldo dos campos de futebol. Embora não soe como novidade, devido ao desempenho sofrível que o jogador vinha apresentando no Corinthians, não podemos deixar de lamentar a partida de um dos maiores ídolos da bola que o Brasil produziu. Depois de Pelé, não há no planeta outro brasileiro mais conhecido que Ronaldo, outrora Ronaldinho, até perder a alcunha para o xará Gaúcho. Ronaldo se vai e deixa uma lacuna enorme para aqueles que enxergam na sua trajetória um sucesso estrondoso, ainda que interrompida várias vezes por conta do verdadeiro calvário que as contusões o impuseram. É a esse calvário que Ronaldo hoje sucumbe de vez.
Há, como se sabe, profissões várias com prazo de validade curtíssimo, quase efêmero. Jogador de futebol, modelo, corredor de F-1, atletas em geral. Todos os anos, muitos deles ascendem e outros tantos se afastam dos espaços, pistas e arenas sem sequer nos darmos conta. No reino do futebol, o bravo Washington, ex-centroavante do atual campeão brasileiro Fluminense, foi um dos últimos. A comoção, claro, contagiou quem esteve com ele na despedida, mas nada que afetasse uma nação inteira. Guga parou, Romário, Joaquim Cruz, Oscar, Hortência, Popó. Todos pararam. A gente sentiu, é verdade, mas Ronaldo é Ronaldo. Em princípio, é difícil digerir a ideia de que não teremos mais um gênio como ele em campo, mesmo sabendo que, como o próprio jogador afirma, o corpo não mais atende aos comandos da mente. Ronaldo em campo era tudo o que se queria ver.
Lamentamos profundamente por esse dia, mas o que deve-se exaltar no momento é que Ronaldo, o menino pobre do subúrbio carioca, hoje um dos aposentados mais privilegiados do mundo, enquanto esteve em forma, foi brilhante e deu ao torcedor aquilo que mais se espera no futebol: a alegria de ver o seu time ganhar. Muita gente, apelando para o melodrama barato, argumenta que fomos injustos com Ronaldo agora na reta final, ao reclamarmos do seu excesso de peso e de sua apatia constante nos gramados. Acostumados que estávamos com um desempenho fora do comum, praticamente ninguém atentou para o detalhe de que, ao chegar ao Corinthians, sob grande celebração, estávamos praticamente fadados a conviver com um Ronaldo em pleno ocaso profissional, mas que, mesmo assim, ainda deu àquela torcida ultra-apaixonada dois títulos importantes em dois anos de contrato.
O Brasil não para de revelar talentos no futebol e em idade cada vez mais tenra. Da mesma forma que eles surgem, quase no nascedouro, e por conta da indústria que também engoliu o futebol, esses garotos são de imediato levados para os centros onde se investe pesadamente em treinamento e em planejamento profissional, e os transforma em valorizadas mercadorias no bazar global da bola. Muitos ficam milionários, outros, nem tanto. Mas quando já não têm aquilo que satisfaz o apetite das massas consumidoras (uma analogia com os gladiadores aqui não seria de todo absurda), eles começam a pensar no caminho de regresso. E aí nós, tupiniquins conformados, ficamos com as migalhas da repatriação tardia, já que parece ser esta a única fatia que passou a nos caber na lógica nefasta do capitalismo global na referida área. Não é à toa que praticamente todos os nossos grandes do futebol contemporâneo optam por dar os últimos suspiros de suas carreiras no Brasil. Degustado o filé, ficamos nós, os criadores, aqui com o chupa-molho que resta da criatura. Com Ronaldo não seria diferente.
Se o corpo de Ronaldo rendeu-se às lesões e demandou um sonoro "basta", temos que congratulá-lo por, aparentemente, ter mantido a mente sana ao longo dos seus quase vinte anos de futebol profissional e de assédio sem trégua. Não acredito que tenha havido jogador mais vigiado e noticiado que Ronaldo, principalmente no tocante à sua vida privada. Esperto em saber aproveitar bem todas as benesses e facilidades que o dinheiro proporciona, ele não fez diferente dos seus muitos colegas de profissão. Adquiriu bens caros, sofisticou o gosto e a aparência, desfrutou da companhia e dos chamegos de mulheres deslumbrantes, envolveu-se em polêmicas, descobriu-se pai incidental. Nesse ponto, Ronaldo foi igual a quase todos. Felizmente, ao contrário de alguns, salvou-se de enfiar o carrão numa árvore qualquer da Lagoa Rodrigo de Freitas ou deixar-se levar pelas mazelas do álcool. Neste ponto, com perdão do trocadilho, ponto para Ronaldo.
Trabalho não vai faltar a Ronaldo. Continuará a ser um dos galáticos do futebol mundial e um cobiçado aposentado aos 30 e poucos anos. Com um oceano de dinheiro para dar algum destino, não terá trégua, não escapará da fúria incansável e irascível dos infames paparazzi. Nem que queira, o mundo tosco das celebridades lhe deixará em paz. Certamente, saberá usar sua imagem em prol de si mesmo e angariará mais e mais riqueza. Como também flana pelo reino dos clichês, comandará uma fundação para ajudar crianças pobres. Seguirá o caminho de alguns de seus colegas que, envoltos em suas culpas, descobriram-se, digamos, socialmente sensíveis. Não fará nada mais de criativo, não escreverá um livro nem lerá poesia, pois a genialidade que a vida lhe deu, a própria vida acaba de lhe ceifar. Voltará ao plano dos mortais, mas tendo via memórias a deferência da eternidade. Não é pouca coisa para um jogador de futebol.
Em suma, a despedida de Ronaldo não deixa de ser um evento triste para quem gosta do bom futebol. Com ou sem a desclassificação da Libertadores, sabíamos que, muito breve, o "Fenômeno" seria obrigado a atender aos ditames de um físico debilitado. A bola, amiga íntima, já lhe era um fardo, uma estranha. A paciência dos corintianos explodira. E aí, em nome de uma paixão ensandecida, com baixíssima tolerância a derrotas e humilhações, nem supercraques como Ronaldo são (e devem ser) poupados da cobrança. Nesse aspecto, o coração de quem se entrega ao futebol é cruel e loucamente parcial. Não respeita história, glória, alegrias passadas. Ronaldo tinha tudo isso e se vai. A torcida não mais chora, renova a esperança de que venham outros "Ronaldos" em melhores condições. Essa é a lógica do futebol. Essa é a lógica da vida. Tudo passa. E a vida se renova. Ronaldo passa. Eu passo. Nós passamos. Sentimos muito, mas Ronaldo passou. Passava da hora. O futebol sem Ronado, por algum tempo, será menos belo. Por algum tempo.

Fonte:Terra magazine

Estudantes e trabalhadores unidos...


Passagem de 3 reais é roubo!

A passagem de ônibus em São Paulo atingiu neste começo de janeiro o absurdo patamar de R$ 3,00 – a mais cara do Brasil. Não há como ficar calado frente a um aumento muito superior à inflação, que ocorre apenas um ano depois do último e em benefício exclusivo dos empresários do setor.
Cinco grandes manifestações, com milhares de pessoas já foram às ruas. No primeiro, a polícia reprimiu os mil manifestantes que caminhavam pacificam…ente. Não nos calamos: nas semanas seguintes, sucessivos atos reuniram em média cerca de 4 mil pessoas. No último, mais de 3 mil manifestantes invadiram o Terminal Pq. D. Pedro, o maior da América Latina, após caminhar pelo centro, tudo pacificamente. Ao terminar na Prefeitura, o ato tinha mais que três vezes o tamanho original.
O movimento não pára de ganhar força! E agora que voltam as aulas, podemos levar ainda mais estudantes para as ruas. Atue contra o aumento em seu colégio! Nos últimos anos, Florianópolis, Vitória, Ouro Preto e, na última semana, Porto Velho barraram seus aumentos. Repetiremos o feito por aqui!
Na próxima quinta, já vamos nos reunir na frente da Prefetura. Exigindo do Kassab a revogação desse aumento! E faremos muito barulho por lá!!!

VAMOS BARRAR ESSE AUMENTO!! AMANHÃ VAI SER MAIOR!
ESTUDANTES E TRABALHADORES UNIDOS,HOJE E SEMPRE!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

BBB11 da Globo “Liberou a pancadaria”


NOTA DE PREOCUPAÇÃO E REPÚDIO AO BBB11

Temos acompanhado com muita preocupação o pronunciamento de José Bonifácio de Oliveira, o Boninho, diretor do programa de reality show BBB (Big Brother Brasil),
 da TV Globo. 
O pronunciamento do “Boninho”, antes da estréia do programa, cuja fala e repercussão anexamos, não poderia ser mais evidente
 – é um estímulo à violência na nova edição do BBB, em sua 11ª edição.
Provavelmente preocupado com os índices de audiência do programa e, querendo reerguê-los, Boninho explicitamente “liberou a pancadaria” nesta edição, provavelmente apostando na tradicional espetacularização da violência, receita já bastante usada pela grande mídia, sem qualquer respeito aos direitos humanos.
Acreditamos que, por ser uma concessão pública, e pela sua importância como educadora informal, pelo respeito devido aos telespectadores, cabe à televisão se pautar pelos mais altos interesses da sociedade e pela responsabilidade social que o poder que detém com a concessão lhe confere.
Não nos interessa a banalização da violência na mídia, que tem servido de estímulo para a sua reprodução na sociedade em que vivemos, numa espiral infernal que nos distancia do modelo de sociedade livre de violência na qual gostaríamos de viver.
A violência contra a mulher é um mal que queremos erradicar, pelo que temos militado há décadas.  Os acordos e protocolos internacionais firmados pelo Brasil, a luta implementação da Lei Maria da Penha veio coroar os nossos esforços no sentido de tentar inibir tal violência. Seria portanto altamente prejudicial e contraditório que a mídia estimulasse a violência, tão-somente para melhorar os seus próprios índices de audiência! As mulheres querem, merecem, precisam e têm o direito de viver numa sociedade livre de violência de gênero e de qualquer forma de opressão.
Nos parece igualmente prejudicial a nossos interesses, caso a mensagem do Boninho não vise estimular a violência contra as mulheres, mas “a pancadaria” entre os homens.
A banalização e espetacularização da violência têm servido de estímulo para mais-violência na sociedade. Como mães, namoradas, filhas, companheiras, irmãs, amigas, a violência entre os homens não nos interessa. Não há qualquer sentido em “liberar a pancadaria” num programa de grande audiência, sabedoras que somos do estímulo que isso representa para os jovens e adultos.
As masculinidades não devem ser medidas pela violência e é importante ter em mente que não podemos oferecer tais modelos, para muitos jovens que se identificam com esse programa. Finalmente, dizem bem os psicólogos sobre a contribuição destas cenas na formação da subjetividade das crianças, quando não também dos adultos.
Finalmente, por se tratar de um reality show, passa como cenas da vida real, selecionada para estar na mídia. Neste contexto, essa violência, pancadaria estimulada, seria ainda mais nociva à sociedade brasileira, do que a presenciada em filmes e telenovelas, notadamente mais ficcionais.
Assim, exigimos a retratação imediata e pública da “liberação” dada pelo diretor do programa aos componentes do mesmo, bem como sugerimos medidas preventivas, que se contraponham ao discurso proferido, entre as quais recomendamos:
- a veiculação de uma campanha de não-violência (uma geral, e outra, de gênero),
- uma atenção redobrada no sentido de minimizar a quantidade de cenas de violência na programação geral das emissoras de TV e, particularmente, no BBB11.

Assinam este manifesto:

Observatório da Mulher, Colet. de Mulheres Ana Montenegro, Campanha pela Ética na TV – SP, Themis Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, Articulação Popular e Sindical de Mulheres Negras/SP, Anas do Brasil – Educação Popular Ampliada, Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, AMARC-BRASIL (Associação Mundial de Rádios Comunitárias, Fórum da Mulher Tocantinense, Jornal MULHERES, Jornal H; Palmas/Tocantins, SESEG/Amazonas, Rede Mulher e Democracia – Alagoas, Ciranda Brasil de Comunicação Compartilhada, Rede 3setor, Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher - Americana – SP, entre outras.